Slow Blogging: Sobre postar no seu tempo, com calma e respeitando os seus processos

Como que anda a sua produção de conteúdo? E como que anda a frequência de postagens nas suas redes sociais? Você já sentiu preguiça de postar uma foto no instagram ou sentiu que aquilo era uma obrigação? Essas perguntas fizeram a sua cabeça pipocar neh?! A minha também.


De uns meses para cá eu venho transitando entre produzir muito conteúdo durante uma semana e na seguinte seguinte, nem dou as caras nos stories. Mas, como jornalista e como uma pessoa que começou a trabalhar como social media (abril/2020), sei da importância da constância nas redes sociais e da produção de conteúdo de qualidade.




Acredito que você notou o boom de conteúdos nas redes sociais no início da quarentena. Eram no mínimo umas 20 lives acontecendo na mesma hora, IGTV's a rodo, perfis postando mais de três vezes ao dia, pontinhos infinitos nos stories e uma lista enorme de cursos online gratuitos pra fazer.


Eu passei pelo momento "tenho que postar todos os dias", "gzuis preciso de novas ideias para os posts" e "putz não consegui postar hoje, que bosta". No início, como todo mundo estava fazendo, o ritmo até que estava legal, mas depois passei a ter um sentimento de obrigação e de desgaste psicológico.


Até que ouvi o termo slow blogging e fui procurar saber mais sobre o assunto. Ele não é novo e foi criado em 2008 por Todd Sieling, que escreveu o Slow Blogging Manifest que nada mais era do que orientações pra quem não queria entrar na onda do imediatismo e postar no seu tempo prezando a qualidade do que a quantidade.

Slow Blogging e suas orientações

O manifestado criado por Tedd foi em uma época que o blogs estavam no seu auge (2006) e pra ele, naquela época, a quantidade de conteúdo produzido estava muita acelerada (imagina agora?) e percebeu que não queria seguir o fluxo. Retirei do blog Desancorando (vale a pena acompanhar), as diretrizes criadas pelo Tedd do que é postar mais devagar. Confere só:

  1. postar quando der vontade: e não por pura necessidade de manter uma página atualizada. A ideia aqui é se permitir aproveitar ao máximo as vivências que você tem e deixar a criatividade dizer quando é o momento de publicar algo novo;
  2. postar com propósito: agora, você não escreve só pra se “manter relevante”, mas tudo tem um propósito, um motivo, e uma reflexão mais profunda. o conteúdo é mais bem pensado e desenvolvido.
  3. você escrever presente: como a ideia é não postar a primeira coisa que aparece na cabeça, mas criar um conteúdo de qualidade e com carinho, é meio óbvio que escrever vira um ritual. Você se coloca mais presente, mais consciente do que tá fazendo, e vê os resultados disso no conteúdo que você faz;
  4. você estuda mais: sabe as mil abas com textos maravilhosos que você-precisa-ler e que ficam abertas por um mês antes de você desistir daquilo e fechar tudo? então, ser adepto do slow blogging significa se dar mais tempo para ler mais, o que quer que seja, e curtir aquela leitura. Tem uma coisa de ser mais seletivo com o conteúdo que você consome também, entende? 
  5. levar o seu tempo: vai escrever? escreve com calma, respira fundo, deixa as ideias fluírem tranquilas, lembra que a escrita te ama também. Não precisa correr, sabe? pra ler, a mesma coisa. Dá pra fazer tudo isso com calma, sem a sensação de que você tá competindo com o relógio.


O slow blogging não entra só na questão do blogar devagar, mas de pensar com cuidado o que será postado, o texto que será escrito, a legenda que será produzida, a foto que será tirada e o vídeo que será gravado.

Como venho adicionando o slow blogging no meu dia a dia 


Quando resolvi criar esse blog, em 2017, já tinha em mente qual seria a frequência de postagens. Em alguns meses consegui manter o plano, em outros as prioridades ficavam no trabalho e o blog ficava parado, e em outros sentia como uma obrigação ter que postar.


Mas, desde o ano passado (2019) e com mais afinco nesse ano eu venho atualizando o blog com mais calma e no meu tempo. Algo que também resgatei, foi escrever os meus textos em um caderno e depois passá-los para o computador. Fazer esse ritual faz com que eu me desconecte da internet, direcione a minha atenção só na escrita, que eu pense mais nas palavras, que eu pense no propósito daquele texto, qual é a minha relação com o tema e como ele me influencia. 

Quem me acompanha nas redes sociais deve ter percebido que tem semanas que entra conteúdo novo no feed do instagram todos os dias, mas já na semana seguinte, não entra nada. E porquê? Porque, eu passei dias produzindo aqueles conteúdos, deixando eles em stand-by e na hora de montar a programação de postagens, decidi programar todos eles de uma vez. E o slow blogging também está nesse processo, de produzir tudo com calma e depois ir soltando esses conteúdos, mesmo que entre um a cada dia.


Sim, em alguns momentos o imediatismo, a vontade de postar mais vezes na semana, de seguir a risca uma programação de postagens bate forte e eu até consigo, por poucas semanas, manter um ritmo mais acelerado de postagens, mas ai eu volto pra estaca zero de: esperar a inspiração vir, esperar me conectar com aquele assunto e escrever aos poucos (mesmo que o post demore dias pra ficar pronto, como foi o caso desse).


Por isso, viva primeiro o tema que você quer falar, reflita sobre ele e só depois transforma em conteúdo. Eu digo também que o slow blogging é respeitar os nossos processos de criação


Claro que, se você trabalha em uma agência ou trabalha no setor de comunicação de uma empresa, a frequência de conteúdo (muitas vezes) vai ser ditada pelo seu editor/chefe. Mas, quando você cria para as suas próprias redes, você pode (e deve) produzir com mais calma.


Do lado de cá eu vou continuar escrevendo com mais calma e buscando equilibrar a frequência (sim, é importante) com a velocidade de produzir conteúdo.

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Pra escrever esse post eu li outros blogs e assisti dois vídeos sobre assunto. Abaixo compartilho eles, pra quem tiver interesse em ler outros pontos de vista.
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