Sobre o que é o amor
Afinal, o que é o amor? É se doar ao outro sem pedir e esperar nada em troca? É sentir o coração vibrando de felicidade e alegria, só de ver aquele pessoa? É olhar o seu filho ou seu companheiro e pensar "putz, como tenho sorte de ter ele(s) na minha vida"? É congelar na memória momentos simples e ir dormir com um sorriso no rosto relembrando o que aconteceu? É pensar primeiro no outro e depois em você? É dar risadas de coisas bobas a dois? É dar um "bom dia" para o seu filho e ele responder com um sorriso? É passar a madrugada em claro porque o seu filho está com febre ou colocar o celular pra despertar, para dar remédio para o seu companheiro? É abrir mão dos seus sonhos, para apoiar o sonho do seu companheiro?
Pra mim, amor é tudo isso e também é um sentimento complexo. Afinal, não dá para tocar ou cheirar o amor. É um sentimento abstrato carregado de diversos significados e intensidades.
E porque comecei a falar sobre o amor nesse texto? Porque só depois de dois meses que comecei a sentir e a entender o amor pelo meu filho.
Sim, eu não senti "aquele amor" assim que ele nasceu. Sim, eu demorei dois meses pra entender o que estava sentindo pelo meu filho (mas não significa que está tudo claro). Sim, no primeiro mês as minhas únicas preocupações eram: alimentar o Joaquim (e observar se ele estava ganhando peso), me alimentar e descansar.
Eu sei que o amor estava presente desde antes o nascimento dele, mas é uma mudança tão grande na vida que o modo sobrevivência foi ativado e só agora ele vem diminuindo de intensidade.
Inclusive, essa semana que estou escrevendo esse texto tenho sentido a maternidade mais leve. Sei que novos desafios vão aparecer. Mas só de ver o Joaquim começando a responder as interações que faço com ele, dele ficar mais tempo acordado e sem chorar, de "pegar" os momentos que ele precisa dormir e respeitar eles, e de não sentir (tanto) o peso de acordar de madrugada para amamentar, tem me deixado mais descansada.
É claro que quando um pratinho está bem equilibrado, outros não estão e está tudo bem. Até porque, amor tanto é renunciar alguns prazeres momentaneos para focar em outros pontos.
Não sei se daqui a uma semana vou continuar sentindo essa leveza sobre a maternidade. Só sei que tenho pedido todos os dias a Deus para me dar paciência e sabedoria, nesse ofício que é ser mãe. Também tenho vivido um dia de cada vez e vibrado com cada conquista e descoberta.
Ah, e a alegria da semana foi ver que o Joaquim aprendeu a fazer bico e a emitir novos sons com a boca. E além de estar bem falante está todo sorridente. A mamãe e o pai ficam derretidos.